domingo, 21 de setembro de 2014

sobre o perecível

"Estou pegando um cara de contábeis (PV) que namora uma mina do mesmo curso. Desculpa, é mais forte que eu. Se eu falar quem é, ele vai ficar puto, mas abre seu olho mina! Ele não presta. Nem eu."

ah, spotted. o texto merece minúsculas. 




sempre gostei de ciência e desde que adentrei na primeira faculdade, em 2011, escolhi uns temas de estudo e fui os desenvolvendo por conta própria. doenças tropicais e neurociência, sendo mais específica. o primeiro me levou a uma nova paixão, o trabalho dos médicos sem fronteiras, o segundo, ao gosto pelo estudo da paixão em si. quis saber mais a fundo sobre o amor, especificamente o amor romântico. 
duas áreas de estudo que não possuem muitos investimentos, sendo então, um pouco limitadas. até que isso vem mudando um pouco. medicina é algo complicado, medicina social então... só tendo muito amor. ops, amor de novo. tem vida, morte e amor em todo canto. bem como tem coisas agregadas a estes, bem como a cada passo que damos. reflexo disso é o exemplo que abre o texto. 

corno: se não o é, será. sempre ouvi tal frase ou algo parecido com isso com maus olhos e bons ouvidos. recorri aos n textos, artigos, livros que um dia já li sobre amor romântico e suas atribuições, mas nem as mais fieis teorias evolutivas, me fazem ver com olhos neutros toda a infidelidade. insira uma figura de linguagem recorrente aqui. o gene egoísta, por seu título, é talvez o que mais caiba para esse ato. só que para este câncer, ainda não elucidei cascata de sinalização alguma e imunologia tumoral não é o meu forte. 

nesse meio tempo e com esse exemplo, descobri que um "eu te amo" nada prova, mas ainda não consegui descobrir a necessidade de um ato como esse, por isso a repetição. e nessas horas eu perco o tesão pelo estudo e por um sentimento que vez em quando bate à porta. perdi o tesão até em mim, mesmo tendo ganhado tantos outros olhos depois de você.

me pergunto o quão perecível é este sentimento ou os tantos outros que se relacionam com o amor romântico e parece impossível, ou melhor, impassível de resposta. pergunto-me se nesses casos há amor. talvez num passado ou na esperança futura em que aquela é uma pessoa que você pode conversar durante toda a vida quando os atributos físicos se forem e por isso você a guarda ao lado e vive as intempéries da carne com outrem, com um medo egoísta de perder o que você quer lá na frente, mas para o agora parece tão mais ou menos, que perece por um impulso.


"Antes de se casar, pergunte a si mesmo: serei capaz de manter uma boa conversa com essa pessoa até a velhice? Todo o resto é passageiro num matrimônio." Nietzsche





a verdade é que cada um faz o que bem entende, mas eu tenho um pouco de medo pelo amor e pelo o que os relacionamentos estão se transformando. ouve-se mais eu te amo do que bom dia pelas ruas, nada mal, só dupla falta de educação mesmo se formos parar para analisar quantos destes são verídicos. é difícil encontrar uma pessoa que ama mesmo do peito pra dentro ao invés da boca pra fora, porque dizer eu te amo como se fosse bom dia ou só por ter a necessidade de ouvir o mesmo... nada prova, pelo menos pra mim. aprendi com o tempo, mesmo não sendo muito vivida, tento ser vívida com os pedaços que trago de mim. 


não entramos num relacionamento pra casar, pelo menos eu não entraria em um com essa intenção, isso é coisa que acontece (eu nunca tinha pensado em casar antes e perdi o tesão disso agora). namoro não é abrir as pernas e deixar escorrer vontades, é abrir a vida e querer fazer parte, bem como o casamento, abrir as pernas acontece. o gozo é diferente e tem lá suas responsabilidades, é uma busca constante da felicidade. e se no primeiro obstáculo, a impulsividade fala mais alto e tudo o mais, já se perguntara se está pronto pra amar? se queres uma pessoa pra conversar por toda a vida, talvez seja melhor voltar outra hora, e só voltar se nenhuma pessoa ao longo do teu novo caminho tiver conversa melhor, perante suas dúvidas sobre o agora.


seu gosto é ácido e ávido por novos paladares, gosta de desejar e se sentir desejado. se alguém o lê sente-se compreendido, se alguém tenta explicar o que se passa, sente-se violado. o novo é mais atraente e transmuta uma aventura, já o que te enfrenta se faz desgostoso. quem gosta de ser contrariado? se ainda se mostra solícito e interessante, se torna desculpa e transmuta-se em impulso (I=F.t). e impulso nada mais é que uma grandeza física que relaciona a força que atua sobre um corpo e o intervalo de tempo que ela atua sobre o mesmo. e correu.  


quantidade de movimento (Q=m.v)

onde m é a massa do corpo e v a velocidade que ele adquire após aplicação de força sobre ele.

teorema impulso quantidade de movimento (I= Qf - Qi)

o impulso I, produzido pela resultante das forças atuantes sobre um corpo, durante um intervalo de tempo t, é igual a quantidade de movimento do corpo nesse mesmo intervalo de tempo.


"A verdade é que amamos a vida não porque estamos acostumados a ela, mas porque estamos acostumados com o amor." Nietzsche


eu perdi um pouco de cor e amor na vida, mas porque senti um amor se esvaindo, um dos grandes. se é um dos grandes porque ainda não descobrir outro maior ou porque somente o é, eu não sei, mas me acostumei com o amor e com tudo que ele pinta no meu caminho e por isso que desamei a vida. 

com um amor indo da forma supracitada e exemplificada num spotted, perdemos dois, um que cremos ser amor e outro que sabemos que o é, o próprio. um próprio amor e o outro, amor próprio.





até porque namorar é mais fácil que fritar ovo e se tem uma coisa que eu não admito, é gritar comigo sem eu ter feito nada. (Pra bom entendedor, meia estrofe basta, Thamiris. Obrigada pelas risadas e frase de efeito/música para gritar nas ruas e em plena reportagem de tv.)



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