sábado, 27 de abril de 2013

Mais uma balada de amor

(500) Days of Summer

Todos os dias vejo indiretas (bem diretas) em redes sociais, ouço canções que passeiam entre a felicidade e a tristeza, vejo isto em filmes e até uma de minhas cientistas favoritas (Dr. Helen Fisher) lida com o assunto em questão. O que teria isso tudo em comum? O amor, e falo do amor romântico.
Sim, Ele. O sentimento considerado como sublime e por vezes angelical, ou até mesmo uma das maiores conquistas do ser. Aquele que te deixa cego, hiperativo, insone, eufórico, com borboletas... e a lista poderia continuar por horas a fio e com um significado diferente para cada pessoa a qual eu destinasse a pergunta:  "- O que o amor lhe causa?". 
Já se perguntaram o que é o amor? Ou só conseguem lembrar de gestos quando pensam no mesmo? Ou de determinada pessoa? Gosto de pensar dessa forma sobre: "O amor é um sublime efeito colateral dos nossos genes." Sim, eu penso no amor como algo de trato biológico, de cunho evolutivo. E vocês podem pensar:          "- Nossa, como você é insensível", mas não o sou (infelizmente). Sim, segundo um estudo antropológico: "O amor é igual para todos." Assim como todo ser humano sou modelada e remodelada por este sentimento ou estado de espírito, como quiserem chamar, que nos afeta bioquimicamente. (A diferença é que isso me irrita e eu reluto. Às vezes dá certo.)
Nunca fui boa em lidar com sentimentos, principalmente este o qual trato aqui e talvez por isso eu seja afixada pelo estudo de emoções, em especial o estudo do amor romântico. Acho que nunca dei uma dentro. Ou dei?! Pensar desta forma me leva à reflexões diferentes. Até que ponto o condicionamento da ideia amor reflete em nossas vidas hoje? Daí começam a surgir perguntas do tipo: " - Será que só serei feliz tendo uma pessoa a qual eu devote o que chamarei de amor?" por surgirem colocações do gênero: "- Você vai fazer 20 anos e  não tem um namorado?". Como se ter um namorado fosse garantir meu futuro. Parabéns por uma colocação tão pertinente! Ou, "Você nunca viveu um amor." Como a pessoa sabe que você não viveu um amor? Tudo é uma questão cultural. Você é tida como uma pessoa que não viveu um amor por não estar ao lado da pessoa que considerou um dia amar até os dias atuais. Num modo social, o amor é para sempre. Ou deveria ser. O que você viveu de bom com determinada pessoa em um determinado período de tempo quase nunca é lembrado e/ou ponderado. A história do "cara que conhece uma garota, ele se apaixona, e ela não" (vide 500 Days of Summer) não é relevante. Alguém tem que ser tachado como o cara que parte corações ou aquela vadia (a lista é grande). Até eu achei a Summer uma vadia, até pensar que um dia também estive no lugar dela. Todos nós estivemos ou vamos estar. Até os grandes filósofos fracassaram no amor. E talvez a essência do amor esteja em errar. Não costumo fingir um sentimento para magoar outrem, então prefiro deixá-lo ir sem ao menos tentar impedir. E gostaria que fizessem o mesmo enquanto a mim. Ser um transeunte entre expectativa e realidade pode não ser tão agradável assim. Acho que ao invés de massagear o ego, deve-se pensar no outro. Talvez o pensar no outro seja amor junto com compaixão. Ainda sim tem paixão no meio, pense dessa forma.

(500) Days of Summer
E fica aqui o viés do próximo post sobre amor: "O amor é apenas o desejo das espécies de sobreviverem, a necessidade de propagar as espécies."
                                                                             Arthur Schopenhauer 

E é aqui que eu espero compartilhar fundamentos desde a teoria da evolução - passeando pelo gene egoísta de Dawkins - neurociência, psicologia, antropologia, imunologia e bioquímica atrelados ao amor romântico. E bem, podemos debater quando quiserem. Conhecimento será sempre bem vindo. Um agradecimento especial aos babacas que eu já conheci e àqueles que eu ainda vou conhecer. 



Vamos falar de ciência?





Meus amigos próximos sabem que eu escrevo textos, poemas e poesias como passatempo, mas poucos aqui sabem o que eu realmente faço da vida. E agora eu vos digo: "- Eu faço ciência!" 
Sim, eu sou apaixonada por ciência e não me vejo atuando em outra área. Tentei por diversas vezes, mas não consigo. Tenho grande amor por neurociência, astrobiologia, astrofísica, astronomia... e o sonho de desenvolver um projeto próprio que lide com divulgação científica, principalmente para o público infantil. Mas posso falar disso em outro post...
Sou aluna do curso de graduação em Ciências Biológicas - Modalidade Médica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente faço estágio no Laboratório de Biologia Molecular Ambiental, o BioMA, sendo aluna de IC da Marcela Uliano. E é justamente sobre este novo projeto que venho falar e pedir ajuda de vocês.

O BioMA está executando um projeto via crowdfunding. Mas o que é isto? 
A prática de crowdfunding está se tornando algo muito frequente e nada mais é que a obtenção de capital para iniciativas de interesse coletivo através de diversas fontes de financiamente, em especial pessoas físicas interessadas na iniciativa e/ou projeto em questão. (SIM, VOCÊ!)

Esse é o projeto de crowdfunding que está acontecendo no Laboratório o qual eu faço estágio, o BioMA (Laboratório de Biologia Molecular Ambiental), que se encontra no Instituto de Biofísica da UFRJ: http://catarse.me/pt/genoma




O que vamos fazer? 

Nosso objetivo é sequenciar o genoma do mexilhão dourado (Limnoperna fortunei), o qual está ocasionando diversos problemas, mesmo sendo tão pequeno (cerca de 1 cm). 




Quem é o tal mexilhão dourado?

Seu nome científico é Limnoperna fortunei, e é uma espécie invasora. Ele veio da China em água de lastro, e como não é uma espécie nativa do Brasil acaba causando problemas na biodiversidade daqui. 

É conhecidos como "engenheiro de ecossistemas" pela enorme capacidade de modificar o ambiente (e acreditem, não é para melhor). Ele gruda em tudo o que estiver disponível, se reprodruz de forma rápida, se alimenta demais, afeta as relações de alimentação de outras espécies, elimina espécies nativas e diminui a biodiversidade. Eles também entopem tubulações de tratamento de água, causam grande prejuízo para estações de tratamento de água e usinas hidrelétricas, entre outros.

Mexilhões no Rio Jacuí, em POA. Foto de: Marcela Uliano


Onde ele está?

Encontra-se espalhado pelas bacias dos rios Paraná e Paraguai, e há grande risco do mesmo atingir outras bacias, em especial a Amazônica, a partir do Pantanal. Imaginem que CATÁSTROFE ambiental. 

Sabemos muito pouco sobre os mecanismos moleculares que ajudam o sucesso enquanto a capacidade de aclimatação desse mexilhão, então não tem sido fácil controlar a proliferação deste e isso explica seu sucesso como invasor. 




E como podemos aprender mais (e mais rápido) sobre o mexilhão dourado? 

Sequenciando seu genoma! Sim, a proposta desse projeto de crowdfunding! Certamente isso não resolverá todos os problemas ocasionados por este mexilhão, mas a partir do estudo de seu DNA, ao final desse projeto, nós poderemos conhecer os mecanismos moleculares responsáveis pelo sucesso do mexilhão dourado como invasor e desenvolver métodos os quais los levará a combater tal praga.




O que você ganha ajudando este projeto?

Seu nome em uma proteína ou enzima que descrevermos para o mexilhão dourado, sendo estas registradas em um banco mundial de sequências, o GenBank (onde todos os pesquisadores do mundo buscam e depositam sequências de DNA). 

O que isso significa??? Sempre que algum pesquisador acessar ao GenBank e procurar informações sobre uma proteína do mexilhão dourado certamente encontrará seu nome lá! Sendo esta a forma de agradecimento que encontramos por vocês ajudarem no financiamento da pesquisa, pela crença na ciência e na preservação da biodiversidade.





Ajude e chame seus amigos para nos ajudar a sermos o primeiro grupo brasileiro a sequenciar o genoma de um organismo complexo!




Mais informações em: http://catarse.me/pt/genoma 


Matérias sobre o projeto: 

Planeta sustentável: http://migre.me/eiB1r

Revista Superinteressante: http://migre.me/eiB1X


Globo News: http://migre.me/eiB3w


Dúvidas? Nós lhe esclareceremos.

marcela.uliano@biof.ufrj.br
annerleite@ufrj.br
 






sábado, 20 de abril de 2013

leia com paixão ou compaixão

você então corre para escrever pela ansiedade que lhe toma
mas quando tenta transformar pensamentos em frases, eles se vão
e você vã
lembro-me de estar feliz com tudo o que tomava minha mente
até mesmo com os desalinhos, afinal, eu não estava sozinho
lembro das cores, dos toques, dos sorrisos
ah, os sorrisos
desenhados, desalinhados, dourados
me perdi num universo b
e como queria voltar para o desconhecido
é como um amigo diz: "- vocês não podem se encontrar que sai faísca"
sim, saem faíscas de minha mente, assim como saem cores de minha aura
você me atordoa sem saber, ou talvez saiba
e nem quero me lembrar do pesar das lágrimas
estas também salgadas de beijos, perpassando o desejo
é difícil lembrar de tudo, do todo
te tenho em partes
sob diferentes toques, enfoques
lembro até mesmo do caminhar das suas mãos em mim
é como se eu ainda pudesse sentir a sua presença mesmo estando em a
ainda é desconexo como se perdeu
ou como me perdi em você

[...]


talvez isso continue


The Kiss, Gustav Klimt