Meus amigos próximos sabem que eu escrevo textos, poemas e poesias como passatempo, mas poucos aqui sabem o que eu realmente faço da vida. E agora eu vos digo: "- Eu faço ciência!"
Sim, eu sou apaixonada por ciência e não me vejo atuando em outra área. Tentei por diversas vezes, mas não consigo. Tenho grande amor por neurociência, astrobiologia, astrofísica, astronomia... e o sonho de desenvolver um projeto próprio que lide com divulgação científica, principalmente para o público infantil. Mas posso falar disso em outro post...
Sou aluna do curso de graduação em Ciências Biológicas - Modalidade Médica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente faço estágio no Laboratório de Biologia Molecular Ambiental, o BioMA, sendo aluna de IC da Marcela Uliano. E é justamente sobre este novo projeto que venho falar e pedir ajuda de vocês.
O BioMA está executando um projeto via crowdfunding. Mas o que é isto?
A prática de crowdfunding está se tornando algo muito frequente e nada mais é que a obtenção de capital para iniciativas de interesse coletivo através de diversas fontes de financiamente, em especial pessoas físicas interessadas na iniciativa e/ou projeto em questão. (SIM, VOCÊ!)
Esse é o projeto de crowdfunding que está acontecendo no Laboratório o qual eu faço estágio, o BioMA (Laboratório de Biologia Molecular Ambiental), que se encontra no Instituto de Biofísica da UFRJ: http://catarse.me/pt/genoma.
O que vamos fazer?
Nosso objetivo é sequenciar o genoma do mexilhão dourado (Limnoperna fortunei), o qual está ocasionando diversos problemas, mesmo sendo tão pequeno (cerca de 1 cm).
Quem é o tal mexilhão dourado?
Seu nome científico é Limnoperna fortunei, e é uma espécie invasora. Ele veio da China em água de lastro, e como não é uma espécie nativa do Brasil acaba causando problemas na biodiversidade daqui.
É conhecidos como "engenheiro de ecossistemas" pela enorme capacidade de modificar o ambiente (e acreditem, não é para melhor). Ele gruda em tudo o que estiver disponível, se reprodruz de forma rápida, se alimenta demais, afeta as relações de alimentação de outras espécies, elimina espécies nativas e diminui a biodiversidade. Eles também entopem tubulações de tratamento de água, causam grande prejuízo para estações de tratamento de água e usinas hidrelétricas, entre outros.
Mexilhões no Rio Jacuí, em POA. Foto de: Marcela Uliano |
Onde ele está?
Encontra-se espalhado pelas bacias dos rios Paraná e Paraguai, e há grande risco do mesmo atingir outras bacias, em especial a Amazônica, a partir do Pantanal. Imaginem que CATÁSTROFE ambiental.
Sabemos muito pouco sobre os mecanismos moleculares que ajudam o sucesso enquanto a capacidade de aclimatação desse mexilhão, então não tem sido fácil controlar a proliferação deste e isso explica seu sucesso como invasor.
E como podemos aprender mais (e mais rápido) sobre o mexilhão dourado?
Sequenciando seu genoma! Sim, a proposta desse projeto de crowdfunding! Certamente isso não resolverá todos os problemas ocasionados por este mexilhão, mas a partir do estudo de seu DNA, ao final desse projeto, nós poderemos conhecer os mecanismos moleculares responsáveis pelo sucesso do mexilhão dourado como invasor e desenvolver métodos os quais los levará a combater tal praga.
O que você ganha ajudando este projeto?
Seu nome em uma proteína ou enzima que descrevermos para o mexilhão dourado, sendo estas registradas em um banco mundial de sequências, o GenBank (onde todos os pesquisadores do mundo buscam e depositam sequências de DNA).
O que isso significa??? Sempre que algum pesquisador acessar ao GenBank e procurar informações sobre uma proteína do mexilhão dourado certamente encontrará seu nome lá! Sendo esta a forma de agradecimento que encontramos por vocês ajudarem no financiamento da pesquisa, pela crença na ciência e na preservação da biodiversidade.
Ajude e chame seus amigos para nos ajudar a sermos o primeiro grupo brasileiro a sequenciar o genoma de um organismo complexo!
Mais informações em: http://catarse.me/pt/genoma
Matérias sobre o projeto:
Planeta sustentável: http://migre.me/eiB1r
Revista Superinteressante: http://migre.me/eiB1X
Dúvidas? Nós lhe esclareceremos.
marcela.uliano@biof.ufrj.br
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