sábado, 6 de setembro de 2014

Henrique

Conheci Henrique há poucos dias por duas amigas as quais não vejo há tempos e tem sido a única coisa confortante dentre meus dias. Faz quase uma semana desde então.
O mais engraçado é que esse era um dos nomes que listei quando estávamos escolhendo possíveis nomes para nossos filhos, o qual fora desdenhado por você, como tantos outros. Pelo menos era engraçado imaginar a personalidade de nossos filhos só pelos nomes. Devo encontrá-lo semana que vem. Devo ver que ele é bem menorzinho do que realmente parece pelas fotos que tenho visto e me emocionado até. Nunca vi bebê tão sereno e iluminado quanto ele. Obrigada por me trazer paz mesmo sem saber.
Com você eu encontrei e despertei um extinto de mãe que eu não sabia ter, ou só percebi porque você falava muito nisso. Percebi mais ainda quando não podíamos ver crianças a caminhar, brincar e etc nas ruas que andávamos, que já pensávamos lá na frente. Nos nossos. Tenha a maior certeza do mundo: Eu não abriria a concessão por mais um filho pra qualquer pessoa e você ganhara a mesma. É uma responsabilidade imensa criar 3 filhos. Uma pena que no futuro do pretérito agora. 
Tive uma notícia boa e ruim essa semana e ainda não sei bem o que pode significar, ainda não procurei um médico e estou debilitada até pra isso. Acho que tive vida e morte dentro de mim, e descobri quando você se foi, talvez pela tua ida. Ainda estou em cólicas por isso, literalmente. E realmente descobri que nada era impossível, nem pra dor que eu sentia desde 2012. Não tive medo porque eu sabia que você estava ali, mas tive pânico quando você se foi e acho que isso ajudou as coisas tomarem outro rumo. Pela primeira vez na vida eu me senti diferente, talvez em êxtase. E quando me perguntastes porque eu estava com a mão na barriga por tanto tempo, não era dor e você me acompanhou no mesmo gesto. Agradeci. Obrigada por mais esse momentinho. Significou muito naquele mar de incertezas. Talvez o meu humor instável se devesse "àquilo" também, que eu perdi sem saber. 
Meu presente de 1 ano já estava sendo maquinado fortemente pela minha cabeça e eu não via a hora de remontar um pouquinho do que passamos por dentro e por fora de uma caixa, dessa vez laranja gritante, assim como no dia em que eu te conheci. Já tinha quase tudo em mente e inclusive pegaria um papel pra desenhar e escrever como tudo seria. Era um presente que remontaria o passado, o presente e o futuro, que parecia cada vez mais próximo. Nunca parei pra pensar os diferentes significados da palavra presente e a significância que isso poderia ter. Acabei de descobrir. Talvez por isso o que damos as pessoas se chame presente e remonte felicidade, na maioria das vezes. Eu teria muita coisa pra escrever aqui, mas acho que nada mais cabe. 
Henrique, obrigada por ter nascido logo agora. Por eu conseguir ver tanto amor em você e por querer lhe doar tão mais. Sua dindinha e sua mãe são preciosidades que a vida me ofereceu e você não é diferente. Além de alegrar a vida delas, você alegrou parte da minha quando ela mais precisava. Sou grata a você mesmo mal sabendo exercer e coordenar todas as funções vitais.

P.s: a camisa de Harvard que eu sempre vira no Praia Shopping me remete muita coisa, era parte do teu presente. Quero que sejas feliz e tenha a família que sempre quis formar, vai aparecer alguém melhor no meio do caminho e talvez você seja grato a si e a mim. Realmente acho que você não deve depositar teus sonhos em seus filhos, porém deve ensiná-los a sonhar e por isso contar seus sonhos a eles, como conversamos uma das últimas vezes que conversamos naqueles lances infinitos de escadas.

Feliz 1 ano.
Feliz 11 meses.
Feliz 1 mês.
Infeliz 1a semana.
Feliz 8 semanas ou um pouco menos que isso.
E esses são nossos números finitos num mar infinito de tantos outros.


Henrique, filho da Paulinha, afilhado da Nane e meu único motivo de sorrisos nos últimos dias, bem como de poucas lágrimas sobre o mesmo. A coisinha mais linda da vida que tem muita luz e está recebendo muito amor. Zelarei por você.


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