quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dorminguei

Tentando reconstituir algo, não o antes
este inalcançável
me bateu uma leseira no domingo,
já pela hora de dormir
Já não ligo muito para redes sociais,
mas quando me apego a elas é por ter
gente que vira e mexe me dá mais atenção
do que eu geralmente tenho recebido de você
nos últimos meses.
gente que eu consigo mudar o estado de humor
com palavras e dão valor a isso,
que ri junto e eu deixo chorar quando
querem fazê-lo.
daí o silêncio se instaura, o diálogo vira monólogo e 
eu opino por querer bem
são, em maioria, os amigos que você conhece
são os atos que você já conhece por que sempre
executar com você, mesmo quando me canso
aqueles que eu arrumo forças onde não tenho
sim, esses mesmo
voltando as redes sociais, dia 12 pareceu um dia feliz
pra muita gente
um dia das crianças que não perderam a essência, 
que falaram do amor sem vergonha alguma e como
um presente novo, contaram a todos os amiguinhos o
quão boa é a sensação de estar recebendo aquele presente
e de poder retribuí-lo com mesma intensidade
o presente é imaterial
não que o amor tenha de ser escancarado em redes sociais
o meu, em grande parte do tempo mora no silêncio
no olhar
às vezes nem cabe em mim, 
mas isso é discussão pra outros tempos

5,4 meses de um casal que eu gosto muito
2 anos
1 ano
2 anos de novo
3 anos
3 anos e algo
5 anos de um casal que eu gosto muito mais
Pré wedding de uma amiga do fundamental, que eu me emocionei com as fotos recém tiradas. Senti um vazio, frio, fui deitar

De uns bons amigos
Daqueles que eu (ainda) considero

O tipo de coisa que nunca me incomodou, ou não muito, quase nunca.
Meu direcionamento era outro, sempre fora.
Mas naquele domingo tudo aquilo cortou mais que navalha e ganhou o meu silêncio.
Me lembrara dos 10 meses felizes e acho que quase verdadeiros de todo (tirando as vezes que fui feita de trouxa por algum tipo de auto enganação e/ou sabotagem. pra agradar outrem. por medo e desmerecimento do sentimento que estava sendo criado e trocado).
Me lembra do 1 ano que não tivemos de fato.
Lembrara-me também dos 10 anos que estavam por vir, e que eu confiei (demais), me entreguei demais (porque amor é entrega), sem pesar. Sem o pesadelo do texto de ontem.
Da família que eu queria ter e de como esta virou prioridade da noite pro dia.
Eu nunca rascunhei nada do tipo. 
Pensava obstinadamente na minha carreira, meu futuro com esta, filhos por inseminação (sem pai físico). Escolhi nomes sozinha. Acabei depois riscando um deles pra não ficar repetitivo. Não gosto muito de nomes iguais na mesma família. Percebi depois que escolhi o da minha irmã.
Agora eu não imagino meio metro a frente do nariz.
Fico feliz pela felicidade alheia, ainda é um princípio meu, mas ando tão indiferente que não tenho conseguido seguir em frente pra buscar a minha. Lembro então, dos meus momentos felizes. 
Parece que não me encaixo nos planos que você costura tão rapidamente entrecortando palavras e língua ao falar; as prioridades mudaram e ninguém parece tão feliz quanto antes. 
Pelo menos não é aquela teia de mentiras, uma hora ia mesmo ficar insustentável.
As conversas sempre as mesmas, de um estresse que não me cabe absorvido quase que por osmose. Sempre gostei de te ouvir e apoiar, ainda gosto. Mas vez em quando lembro-me quando eu fazia isso fora do nosso relacionamento e meio que parecia dar certo, a diferença eram os sumiços oportunos. Se eu for retomar um tanto de antes não vai adiantar muita coisa, pelo menos não pra esse texto. Tenho muito da minha vivência guardada. Quem sabe um dia escrevo nossa história de forma vomitada, ao meu ver, por aqui. Com todas as mensagens trocadas ou só com as que me instigam e matam até hoje. Talvez um dia você faça o mesmo, se lembrar de algo ainda. Não sei a que pé digo isso. Por hora, não é hora. 
Isto é sobre o quão meu coração engrandeceu e apequenou-se diante de domingo, e como ganhei o silêncio pela felicidade de outros casais, muitos pelos quais tenho um apreço grande. Sobre me colocar no lugar dos outros por angariar forças pra olhar e lembrar do nosso passado e realizar o futuro, que perdemos no final de agosto. Espero que não de todo. É sobre a minha cabeça pesada e o meu silêncio que assobia. Mas também como é firmar pro mundo  que se ama uma pessoa com coragem e não ter vergonha desse amor, é fazer como quando criança. Não é por ser/parecer fraco. É por ser forte demais,

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