segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

31/08/1993, tentativa-erro

Terça-feira.
243° dia do ano de 1993.
36 semana do ano de 1993.
Tempo decorrido: 21 anos 3 meses 22 dias.
Número: 7

Eu não gosto de terças. Nasci 2 dias depois de uma chacina, que pra minha avó parecia ser mais importante do que o meu nascimento. Também nunca gostei muito dela. Simpatizava pelo número 31, até ligar ele a minha data de aniversário. Até que o número não é tão mal, os fatos que o circundam que o são. Começara em 2010 ou um pouco antes, pelo que me recordo. Desde então, detesto comemorar meu aniversário. É só mais um dia comum. Nunca gostei de parabéns pra você. Pelo quê? Gosto até de comemorações alheias. O problema sou eu. Pra que vou celebrar a minha existência, ainda por cima com fatos ruins rodeando cada ano de vida meu que se passa. Meu aniversário é um evento tão ruim pro universo, que até meu irmão preferiu inchar e passá-lo no hospital. Brincadeira. Mas a parte do hospital é verdade.
Esse ano tentei algo diferente. Quis fazer firula e agradar uma das únicas pessoas as quais eu queria que comemorasse mais um aniversário comigo. Comprei várias besteiras, mamãe fizera meu bolo preferido, mas nada engoli depois daquela madrugada.Não deu certo e eu já deveria ter previsto um mau evento. Eu não nasci para bons ventos.

Agosto, 31
2012 - Lhe conheci
2013 - Lhe tive
2014 - Lhe deixei

Parece com aquele ciclo que aprendemos no colégio. Nascer, crescer, se reproduzir e morrer. A diferença é que eu morri mais de uma vez nesses anos. Morri de amor de todas as formas possíveis, daquelas que a gente imagina que pode doer, mas quando sente, vê que a dor não chega perto do que realmente é. Hoje, de todos os cílios que eu já deixei cair pela vida, eu fiz um pedido. Em verdade, dois. Mas ele não ficara comigo. Sorte outra e olha que nem é 31. Tudo o que eu queria era cortar um pedaço de tempo da minha vida e ter um bom aniversário. Mas de hoje em diante, eu burlei a escala numérica e já não existe mais 31. Não o meu. Nunca gostei de comemorações e agora não seria diferente. É um dia morto, pra uma pessoa meio morta. E pelos que seguirem, eu dormirei, como costumava fazer. E pelo cílio da sorte, nesse dia, eu peço para que as horas encurtem e as lágrimas cessem. 



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