segunda-feira, 12 de outubro de 2009

an assumed Romeo

Como alguém que chega sorrateiramente na sua vida pode envolver-se nela tão de repente sem ao menos lhe causar estranheza?!
Sutilmente revelas quem és, e a cada dia me pareces mais interessante, e talvez tamanha sutileza com que aparecestes no meu caminho é pelo simples fato de ser um anjo, que com suas lindas asas tenta me proteger e com suas doces palavras me acalenta. Neste tempo de percurso juntos, tenho notado leves ferimentos em suas asas, mas tento cuidar deles sem ao menos você notar, por mais que eu não tenha a cura para todos os seus males, tento tornar a sua dor mais suportável, tento desligar você de um sofrimento ínfimo, mas incômodo. Sinto que com você eu posso voar mais alto, ir mais além, frequentar lugares nunca vistos pelo meu imaginário, é como se seu brilho pessoal iluminasse meu imaginário e o fizesse se expressar em forma de poesia, algo que nem a ciência poderá explicar, porque sentimento tão forte como a nossa amizade não se explica, apenas se sente, e não é sentido por qualquer rélis mortal, mas somente por aqueles que possuem a capacidade de amar.
Realmente é difícil de admitir, mas embalada pelo Ato II, és um alguém que eu supostamente amaria, um possível Romeu perdido em um mundo cruel, por vezes incompreendido e tão magoado injustamente por aqueles que não sabem o que é o amor, e que o tratam com indiferença e não lhe dão valor necessário, e que infelizmente só aprenderão a amar quando seu suposto amado se for, por isso lhe digo que não chores em vão, não vale a pena deixar-se esvair em lágrimas, gotas estas tão puras e preciosas, por um alguém que não lhe ama verdadeiramente, que não se doa por alguém que diz amar. E agora que as suas lágrimas cederam, não tenho o porquê de não estender a mão e passar sutilmente em seu rosto, fazendo-o embalar, como se limpasse uma lágrima de criança triste, ajudando a aliviar a angústia que elas transmitem e tentando fazer você esquecer tudo. E juntos mergulhados em uma única dor, fazemo-nos repetir uma cena trágica, embalados por um intenso silêncio e uma cumplicidade única entre “Julieta Capuleto” e “Romeu Montecchios”, faz-se encenar o último ato de Romeu e Julieta.

Por: Anne Caroline


7 comentários:

Obrigada!