domingo, 10 de maio de 2015

minhas semanas

um choro contido
seguido de um desesperado
os olhos já vermelhos
e um amor meio acabado

vez ou outra 
acho que não se tem mais nada a fazer
melhor ceder 
e deixar morrer

me mato aos poucos
aos berros
aos gestos
e em todos aqueles palavrões
em tudo que engulo
pra mostrar a você meus sorrisos

seguindo ordens
nunca estar triste
sempre contente
se não for assim, 
o amor acaba

é a única condição pra ele continuar comigo
que impetuoso, 
antes era só o meu melhor amigo

também tenho muita coisa guardada
e que não posso expressar
engoli muita coisa
só pra não te avariar

não quero alguém que me ame calada
quando eu tento expressar uma dor
já lhe acuso, culpado!
é o que pensas e não o que ouves
tente pensar em mim,
que carreguei tantos dissabores

é difícil prosseguir
por que é que tem que ser assim?
agora tal pergunta ecoa
bem aqui, dentro de mim

e depois de curto tempo
de lembranças nada afáveis
vem sempre o pedido
me deixe por alguém que sorria mais
porque você não me ama triste assim
me renega
faz barulho
olha o pouco que restou dentro de mim

toda essa dor 
vai cessar um dia
mas não com tanta gritaria
apontamentos
e palavrões

só com muita tolerância
paciência
sinceridade
- não mexe no meu celular
- troquei a senha do meu facebook
lá, você não entra mais
- ok, vou fazer o mesmo
companheirismo
persistência
vontade
de ouvir
de falar
de resolver
de não brigar
de ouvir
e compreender
colocar seus pontos
e não chutar os alheios
relacionamentos podem parecer mais longos
que os campos de centeio

e por isso eu choro
por tudo que eu tento dizer
e me oprime
por tudo que eu nunca consegui falar

continuo por ainda querer
por reaprender a amar
de não esmorecer

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