terça-feira, 30 de novembro de 2010

entre uma tragada e outra

Bem, eu sentei sozinha em frente a calçada do colégio enquanto todos me procuravam e tirei um cigarro da mochila.
Não tenho esse mau hábito, mas aquela situação estava me consumindo. Tragadas me aliviavam quanto a isso.
Era o segundo deles, ninguém sabia.
Eu não gostava daquela fumaça, nem daquele cheiro incômodo.
Antes eu era somente mais uma fumante passiva no meio de todos, agora eu assumia a postura do primeiro. Aquele que provoca o mal.
A fumaça subia, a lágrima caia, meu sofrimento redimia.
Eles realmente estavam preocupados comigo, mas estavam ainda mais com um romance falho que havia no grupo. Minha linguagem é suja enquanto a isso, mas prefiro não comentar.
- Faz mal à saúde e blá, blá, blá.
Cansei deles, cansei mais ainda de mim.
Eles me sugam.
Eu também.
Misturei-me àquele ar, virei fumaça.
Sou fumaça tragada, sou eu quem trago a fumaça.
Já que entre uma tragada e outra, eu trago a lembrança.

Um comentário:

  1. Eu acho que nunca disse que adoro o que você escreve né? então, agora você sabe: adoro. s3

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